Eu e o Outro
1 - OBJETIVOS
Despertar nos crismandos a consciência de que a pessoa humana é incapaz de viver sozinha e que a valorização da pessoa acontece no meio em que ela vive e se relaciona.
2 - EXPOSIÇÃO DO TEMA
Viver é conviver. É se relacionar. Somos seres de relação. Somos incompletos e inacabados. Nós somos incompletos porque sem o outro não existimos. Não há sentido em pensar ‘eu e o mundo’. É preciso pensar ‘eu como um pedaço do mundo’.
Inacabado quer dizer ‘eu sou o movimento de estar sendo’, eu não sou alguma coisa que se completou. Nós somos incompletos porque a gente não existe sem a relação. Somos incompletos porque somos parte de um todo dinâmico. Não existimos sem aquele com quem nos relacionamos, sem meio, sem a biosfera da qual somos uma emergência, mas também somos incompletos porque somos um fluxo, nós indivíduos e nós espécie, nós vida.
O que diferencia o ser humano dos outros seres é sua capacidade de dar respostas aos diversos desafios que a realidade impõe. Mas essa apreensão da realidade e esse agir no mundo não se dão de maneira isolada. É na relação entre homens e mulheres e destes e destas com o mundo que uma nova realidade se constrói e novos homens e mulheres se fazem. Criando cultura. Fazendo história.
Olhando ao redor percebemos o isolamento das pessoas. Muitos vivem sozinhos e se tornam egoístas. Estão voltados para si mesmos, andam de cabeça baixa. Alguns já não sabem se alegrar e sorrir. O medo da violência e a desconfiança diante dos outros contribuem para que as pessoas passem cada vez mais tempo dentro de casa, diante da televisão.
Não podemos esquecer, porém, que Deus nos criou para vivermos em comunhão, em constante relacionamento com os outros. No coração de cada um de nós, Deus colocou algo precioso, um tesouro de grande valor: a capacidade de sermos amigos.
A amizade é um elo profundo que une os corações e dá um colorido diferente à vida. Tudo adquire um novo sentido. Quando temos bons amigos, o sorriso e a alegria fazem morada em nosso coração.
Jesus veio ao mundo e se fez nosso amigo. Mostrou-nos o caminho da amizade com Deus. Chamou-nos de amigos. Viveu a plenitude da amizade com todos. Era amigo dos apóstolos. Chorou a morte de Lázaro, seu amigo. Reuniu-se com seus amigos para celebrar a última ceia. Com gestos concretos, aproximou-se, como amigo, dos pobres e sofredores. Viveu a amizade plena, dando a vida por seus amigos.
AMIGOS SÃO BELEZAS RARAS
João estava voltando para casa, vindo da escola, um dia, quando ele percebeu que o garoto andando na frente dele tinha tropeçado e deixado cair todos os livros que ele estava carregando, uma luva de futebol, e um pequeno rádio. João ajoelhou-se e ajudou o garoto a pegar os seus objetos que estavam esparramados pelo chão. Já que eles estavam indo na mesma direção, João ajudou a carregar um pouco dos objetos. Enquanto eles caminhavam, João descobriu que o nome do garoto era Pedro, que ele adorava vídeo game, baseball e história, que ele estava tendo muita dificuldade com as outras matérias, e que ele tinha acabado de terminar com sua namorada.
Eles chegaram à casa de Pedro primeiro e João foi convidado a entrar para tomar uma coca-cola e assistir um pouco de televisão. A tarde passou agradavelmente com algumas risadas e um papinho de vez em quando, até que João decidiu ir para casa. Eles continuaram a se encontrar na escola, almoçavam juntos de vez em quando, até que ambos se formaram do primeiro colegial. Eles ficaram na mesma escola, onde eles continuaram amigos ao passar dos anos. Finalmente, o tão esperado ano do terceiro colegial chegou, e 3 semanas antes da formatura, Pedro pediu para João se eles poderiam conversar um pouco. Pedro lembrou a João do dia, anos atrás, quando eles se conheceram.
Pedro perguntou:
- Você nunca se perguntou porque eu estava carregando tantas coisas para a minha casa naquele dia? Eu estava limpando o meu armário na escola porque eu não queria deixá-lo uma bagunça para a próxima pessoa que o fosse usar. Naquele dia, eu tinha escondido alguns dos calmantes da minha mãe e estava indo para minha casa para cometer suicídio.
- Mas depois de termos passado aquele dia juntos, conversando e rindo, eu percebi que se eu tivesse me matado, eu teria perdido aquele momento e tantos outros que estariam por vir. Então, você está vendo João, que quando você me ajudou a pegar aqueles livros do chão aquele dia, você fez muito mais do que somente me ajudar! Você salvou a minha vida...
3 – ILUMINAÇÃO BÍBLICA
Oração Inicial
Lc 10, 25-37 - Parábola do bom Samaritano
1 Jo 4, 7-21 - Caridade
1 Cor 12,12-26 – O corpo.
4 – ATIVIDADE EM GRUPO
Reflita as questões sobre o outro e a amizade.
1. Quem é o outro para você?
2. Podemos tratar todas as pessoas da mesma maneira? Por quê?
3. Em que sentido nós precisamos em do outro?
4. Você se sente influenciado por outras pessoas? Como?
5. Quem nós devemos ver nas pessoas que caminham ao nosso lado?
6. Que compromisso devemos ter para que o outro cresça, se sinta importante, amado?
5 - DINÂMICA
Dinâmica do Guia-Cego – Cada pessoa escolherá outra, formando assim uma dupla. Primeiro, um deles será o “cego”, logo o outro será o guia. Depois se inverte.
Ver a Dinâmica na integra no Site: http://www.santuariopenapolis.com.br/downloads.php?doCatCodigo=10. Pasta Comunicação e Aprendizagem, número 15.
6 – DEBATE E PLENÁRIA
• Como se sentiram sem poder enxergar?
• Vocês confiavam mesmo no seu guia?
• É difícil confiar plenamente no seu próximo?
7 – AVISOS
• Entrega de mensagens
• Avisos
• Aniversariantes
8 – ORAÇÃO FINAL
Quem são os outros?
O outro é aquele que você encontra em seu caminho, aquele que cresce ao seu lado, trabalha, alegra-se ou chora ao seu lado; aquele que ama ou odeia ao seu lado.
Aquele de quem você diz: ele é meu amigo do peito ou fulano é insuportável; aquele de quem você não diz nada, ou nem sequer pensa, porque você passa sem olhar para ele pela rua...
O outro é aquele a quem você deve unir-se para tornar-se o homem total, o irmão universal.
O outro é aquele com quem você colabora todos os dias para terminar a criação do mundo.
O outro é o seu próximo, aquele que você deve amar com todo coração, com todas as forças, com toda a alma.
O outro é aquele diante de quem você será julgado.
O outro é aquele que faz você crescer, é um presente que o amor de Cristo lhe deu.
O outro é aquele por quem Deus se exprime, por quem Deus convida você, por quem Deus enriquece, por quem Deus mede seu amor.
O outro se chama Eduardo, Jurandir, Silva, Marta, D. Sinhá, seu Teotônio, Nininha...
Ele mora na mesma casa que você, trabalha na mesma repartição
toma o mesmo ônibus senta-se ao seu lado no cinema...
O outro se chama Jesus Cristo.
Jesus Cristo... mora na mesma casa que você. Trabalha na mesma repartição. Toma o mesmo ônibus. Está sentado ao seu lado no cinema...
O outro!...
(Michel Quoist)
9 - EXTRA
O Inferno são os outros - Titãs
Composição: Branco Mello, Charles Gavin e Tony Bellotto
O Inferno são os Outros
Não quero rotina, nem disciplina,
Não tenho hora, pra ir embora
Não vou pro trabalho, não ganho dinheiro
Não ando na moda, não olho no espelho
Não tenho endereço, casa, nome e sobrenome
Não tenho documento, carro, conta e telefone
Se todo mundo acha, que estou errado, eu acho que não
Se todo mundo acha, que estou louco, eu acho que não
O problema não é meu
O paraíso é para todos
O problema não sou eu
O inferno são os outros, o inferno são os outros
Não tenho amigo, nem inimigo
Não me engano mais
Ninguém vive em paz
Não uso relógio
Não escondo a idade
Não ouço conselho
E nem falo a verdade
Não tenho endereço, casa, nome e sobrenome
Não tenho documento, carro, conta e telefone
Se todo mundo acha, que estou errado, eu acho que não
Se todo mundo acha, que estou louco, eu acho que não
O problema não é meu
O paraíso é para todos
O problema não sou eu
O inferno são os outros, o inferno são os outros
10 - ANOTAÇÕES
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